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Crónicas no Bar da Praia

Às segundas, nem sempre sobre bares ou praias.

Crónicas no Bar da Praia

Às segundas, nem sempre sobre bares ou praias.

Gosto de ver futebol e filmes da mesma forma, sozinho em casa. Há excepções, claro, para amigos, amores e família, mas em todas elas há muito mais que apenas “ver o filme”, ou o jogo, mas só tenho conclusões para a primeira opção.

“Ver o filme” com aspas, mas não pelas razões habituais. Não há segundas intenções no meu sofá. As aspas é para representar a impossibilidade de ir ao cinema e apreciar a arte na tela. E não, as aspas também não são para segundas intenções numa sala escura. Essas mentes…

Gosto de ir ao cinema. É um grande prazer, em especial às segundas-feiras em que a sala fica quase só para mim. É triste para o cinema, que não enche em dias mortos, mas demasiado bom para mim que posso ver, ouvir e sentir o filme tal e qual como o realizador imaginou. A minha televisão é grande, mas ainda não é daquele tamanho.

As pipocas, as bebidas, os telemóveis. Ah, espera. Já toda a gente escreveu, falou e se irritou com isso. Antes e depois de uma pandemia, nada mudou. Ou quase nada. Agora, há uma diferença entre os filmes infantis e os outros: o intervalo, que só existem para os miúdos.

Percebo a necessidade, mas já não estou habituado a ter no cinema aquilo a que fujo em casa: as interrupções. Mas os menores de idade que se tentam divertir com o filme ainda não têm resistência na cabeça, em ambas, para estar tanto tempo concentrados no filme.

A frase anterior saiu demasiado masculina, talvez seja eu a ficar infantil com o tema. Tal como todos os adultos que levam crianças para um filme sem o mínimo de preocupação pelos outros que também lá estão.

Enquanto vi o filme, ou tentei, vi pessoas a pesquisar coisas no telemóvel, outras a comentar a ação mais alto que o próprio filme, e ainda outras que já não me lembro. E não vou dizer as idades de cada a atitude por ser irrelevante: são adultos a querer ser crianças.

Estar no cinema é um tubo de ensaio para a vida em comunidade e a despreocupação dos adultos com as suas crianças é estranho. Para mim. É como se aquelas 2 horas fossem uma espécie de descanso, “o filho agora não é meu, é do cinema”. Filmes infantis são a desculpa para alguns adultos o voltarem a ser.

Seja qual for o tipo de filme, será coincidência que quanto menor o attention spam, maiores são os filmes? Será porque os realizadores já dão como perdido que ninguém vai ver aquelas 3h seguidas sem espreitar o telemóvel? Eu gosto do desafio e é por isso que os vejo sozinho.

PS. Não me oponho a companhia, mas quanto mais me atrai, mais me distrai. E é com este tipo de frases que eu continuo solteiro.

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