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Crónicas no Bar da Praia

Às segundas, nem sempre sobre bares ou praias.

Crónicas no Bar da Praia

Às segundas, nem sempre sobre bares ou praias.

Esta crónica não é sobre os meus hábitos de leitura na poltrona. Até porque isso só faço em casa. Nem sobre a que escrevo, até porque tenho pouco de javardão em mim para o fazer em azulejo alheio. Contudo, isto podia ser o primeiro capítulo de um livro temático.

Lavar as mãos pode parecer uma tarefa inconsciente e leviana, mas tem muito que se lhe diga quando é feita fora de casa. Mesmo que existam todas as condições como água e sabão. E algo para as limpar que não sejam as próprias calças. Ou as meias. Depende da sujidade do que se fez.

Em demasiados sítios, abandonaram o papel em todos os formatos e trocaram-no por vários super-secadores. A ausência de papel deixa-me contente em nome do planeta, mas apenas por segundos. Poucos.

Há secadores rudimentares, que sopram a toda a força para o vazio ou para as mãos que de lá se aproximam. Eu não uso, porque é uma forma de espalhar os germes descontroladamente. Ouvi dizer que esses secadores multiplicam bactérias muito mais rápido que os coelhos a fazerem outros coelhos.

Não utilizo estes, nem aqueles mais “modernos” em que é suposto “enfiar as mãos”. Confio mais nas minhas calças, mas o problema é a boca. Como é que é suposto secar a boca nesses secadores? Fingir que dou um linguado à máquina, que quase sempre tem um néon azul? Por muito que fosse divertido, não é de todo onde quero enfiar a minha língua.

Sim, eu evito secadores a todo o custo. Desprezo-os todos de igual forma. Nem tenho daqueles para secar o cabelo. Estou habituado a viver com tanto vento na rua que tudo o que faz soprar artificalmente me parece um desperdício de energia. É importante dizer que sim, eu lavo as mãos, lavo-as intensamente e sempre que posso. É uma espécie de terapia. Mas em casa. Fora dela, salvo-me em álcool gel.

De vez em quando, sou surpreendido por um sítio que, sem papéis nem secadores, apresenta toalhas. Individuais. Um pequeno luxo que muito aprecio, mesmo que não concorde com tanta lavagem de toalha. E por mais que as minhas mãos fiquem surpreendidas, a maior surpresa será na carteira.

Consegue-se perceber o preço médio do restaurante pelas condições sanitárias, mesmo sem ver as sanitas. Descobre-se demasiado no lavatório. Mesmo quando não há espelho.

Não percebo de contabilidade, nem de ambiente, nem de energia para fazer as contas a qual das três seria a mais higiénica e amiga do ambiente. Na verdade, sei muito pouco sobre muitas coisas e também não é aqui que me apresento como especialista.

Toalhas são luxo e desperdício ambiental. Secadores são pandemias à espera de acontecer. E os papéis, o que são? A salvação de uma mão molhada.

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